A Educação Nossa de
Cada Dia
N
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estes tempos de alta
velocidade de acontecimentos diversos, tecnologias multifuncionais, mídias,
mercantilização de quase tudo, ou tudo. Nesses tempos “modernos” a figura do professor
nunca foi tão importante. Da escola também. E, para entender essa necessidade é
preciso parar para pensar... Ou, pelo menos, para abrir espaço para discutir a
escola e o processo de ensino aprendizagem.
Primeiro
é preciso ter em conta o “para quê”
fazemos determinadas coisas. Para que se tem um filho? Para que o educa? Com
que finalidade desenvolve ações dentro da sociedade? Se a função da escola e do
professor é aprovar no ENEM então tá resolvido, truques e esquemas resolvem
essa questão. Aprovados, entram na universidade, no curso que garante emprego,
dá mais dinheiro e pronto, felicidade e futuros garantidos. Mas, vamos voltar
um pouco nossa história:
Nasceu
o príncipe, quarto temático, berço, enfeites, nichos para os brinquedos, roupinhas
de grifes, coisas e mais coisas, fotos fofas, face & curtidas e o príncipe
crescendo, lindo, perfeito, falando, andando, contando até dez, se afogando em
brinquedos, em projetos de futuro, em esperanças óbvias. Vem a escola e estraga
tudo. As primeiras notas são ruins, o professor não entende ou persegue o
príncipe, decepções, o príncipe vai vendo seu trono ruir, não se adapta ao
sistema (esquema) escolar, aí, apodrece o reino, rei deposto.
É
preciso perceber que as crianças e jovens têm múltiplas inteligências, podem
ser boas em outras coisas, como relacionamentos, afetividades, companheirismos,
solidariedade, percepções sensoriais, às vezes são bons em artes, ou música, ou
astronomia e vive no mundo da lua. Mas isso não serve. Tem que serem boas em
matemática e português, saberem as orações sindéticas, adversativas, objetivas,
subordinadas aditivas e sempre acharem o valor de “X” (prefiro o valor do
respeito). E quando dá errado? E quando o aluno leva ferro? Puxou o pai, puxou
a sogra, leva pro médico, receita Metilfenidato , (base química da
Ritalina e outros), que efeitos colaterais que nada, o príncipe tem que fazer
sucesso. O termo pra isso é Crime. E, premeditado. Fora a acusação da
perseguição de professores, a incompetência da Escola e os comentários das
amigas. Tadinho do príncipe.
“O
homem jamais é um animal de produção” disse-nos o Santo João Paulo II, as
crianças menos ainda, outra felicidade é possível, “Si amas más los sapatos que el caminho, no vale la pena caminhar”.
Entende? Filho é para amar, compartilhar aventuras, compartilhar alegria.
Compartilhar a jornada da vida. Qualquer filho, por si só já é uma graça
poética de Deus. Entender isso é fundamental para saber que também outra
riqueza é possível, a riqueza do convívio, da descoberta, dos caminhos
diferentes, a riqueza da gentileza, do viver com menos, menos pressa, menos
coisas, menos pressão, menos poluição. Quem sabe, mesmo não mandando bem no
ENEM, seu filho adquira a sabedoria de que o barato da vida é viver com
paixões, para mandar bem na vida. Para isso deve contribuir pais, professores e
Escola que também devem se apaixonar. Caso contrário, a vida, a escola, o
sistema, família, casamento, amores, amizade são apenas engrenagens de uma
grande linha de montagem de um produto final inútil e feio. Perversamente
idiotizante.
Existe
um grande esquema armado para consumir coisas e além de fazer parte nós o
alimentamos (Né, capitalismo). A Escola e o professor (prefiro, profissionais
da educação) têm um papel fundamental que é no mínimo desmascarar este esquema
do sucesso a qualquer preço. Ensinar dizer eu
te amo, sem medo das consequências, com sinceridade nos olhos. É preciso
apaixonar-se sempre.
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