terça-feira, 12 de setembro de 2017

Texto para jornal


A Educação Nossa de Cada Dia
N
estes tempos de alta velocidade de acontecimentos diversos, tecnologias multifuncionais, mídias, mercantilização de quase tudo, ou tudo. Nesses tempos “modernos” a figura do professor nunca foi tão importante. Da escola também. E, para entender essa necessidade é preciso parar para pensar... Ou, pelo menos, para abrir espaço para discutir a escola e o processo de ensino aprendizagem.
Primeiro é preciso ter em conta o “para quê” fazemos determinadas coisas. Para que se tem um filho? Para que o educa? Com que finalidade desenvolve ações dentro da sociedade? Se a função da escola e do professor é aprovar no ENEM então tá resolvido, truques e esquemas resolvem essa questão. Aprovados, entram na universidade, no curso que garante emprego, dá mais dinheiro e pronto, felicidade e futuros garantidos. Mas, vamos voltar um pouco nossa história:
Nasceu o príncipe, quarto temático, berço, enfeites, nichos para os brinquedos, roupinhas de grifes, coisas e mais coisas, fotos fofas, face & curtidas e o príncipe crescendo, lindo, perfeito, falando, andando, contando até dez, se afogando em brinquedos, em projetos de futuro, em esperanças óbvias. Vem a escola e estraga tudo. As primeiras notas são ruins, o professor não entende ou persegue o príncipe, decepções, o príncipe vai vendo seu trono ruir, não se adapta ao sistema (esquema) escolar, aí, apodrece o reino, rei deposto.
É preciso perceber que as crianças e jovens têm múltiplas inteligências, podem ser boas em outras coisas, como relacionamentos, afetividades, companheirismos, solidariedade, percepções sensoriais, às vezes são bons em artes, ou música, ou astronomia e vive no mundo da lua. Mas isso não serve. Tem que serem boas em matemática e português, saberem as orações sindéticas, adversativas, objetivas, subordinadas aditivas e sempre acharem o valor de “X” (prefiro o valor do respeito). E quando dá errado? E quando o aluno leva ferro? Puxou o pai, puxou a sogra, leva pro médico, receita Metilfenidato , (base química da Ritalina e outros), que efeitos colaterais que nada, o príncipe tem que fazer sucesso. O termo pra isso é Crime. E, premeditado. Fora a acusação da perseguição de professores, a incompetência da Escola e os comentários das amigas. Tadinho do príncipe.
“O homem jamais é um animal de produção” disse-nos o Santo João Paulo II, as crianças menos ainda, outra felicidade é possível, “Si amas más los sapatos que el caminho, no vale la pena caminhar”. Entende? Filho é para amar, compartilhar aventuras, compartilhar alegria. Compartilhar a jornada da vida. Qualquer filho, por si só já é uma graça poética de Deus. Entender isso é fundamental para saber que também outra riqueza é possível, a riqueza do convívio, da descoberta, dos caminhos diferentes, a riqueza da gentileza, do viver com menos, menos pressa, menos coisas, menos pressão, menos poluição. Quem sabe, mesmo não mandando bem no ENEM, seu filho adquira a sabedoria de que o barato da vida é viver com paixões, para mandar bem na vida. Para isso deve contribuir pais, professores e Escola que também devem se apaixonar. Caso contrário, a vida, a escola, o sistema, família, casamento, amores, amizade são apenas engrenagens de uma grande linha de montagem de um produto final inútil e feio. Perversamente idiotizante.

Existe um grande esquema armado para consumir coisas e além de fazer parte nós o alimentamos (Né, capitalismo). A Escola e o professor (prefiro, profissionais da educação) têm um papel fundamental que é no mínimo desmascarar este esquema do sucesso a qualquer preço. Ensinar dizer eu te amo, sem medo das consequências, com sinceridade nos olhos. É preciso apaixonar-se sempre.

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